Aqui em nosso escritório de arquitetura, Arthur Calliari Arquitetos, o processo para elaborar uma ideia que possa se tornar realidade em um projeto arquitetônico é um caminho que exige equilíbrio entre concepção, execução e adaptação aos mais variados desafios de cada obra. São diferentes fatores que podem interferir no processo criativo, como orçamento, legislação, fluxos internos, colaboração e tecnologia.
Tudo começa com o levantamento cadastral e o estudo de viabilidade para avaliar as condições do terreno, identificando as oportunidades e limitações. Em seguida, passamos para a fase de pré-projeto, na qual definimos os fluxos internos da edificação. Essa fase é especialmente importante para garantir que os espaços sejam funcionais e atendam às necessidades específicas dos moradores. Um dos maiores desafios nesta fase inicial é compreender profundamente as necessidades do cliente e convencê-lo a considerar soluções que, embora diferentes do que ele esteja imaginando, podem ser mais eficientes e adequadas para a nova construção. Esta etapa requer uma boa comunicação com o cliente e demonstração das vantagens das novas propostas.
Durante o desenvolvimento do projeto, as restrições orçamentárias também podem influenciar fortemente as decisões de design. Elas se refletem principalmente na escolha dos materiais e acabamentos
As legislações também desempenham um papel crucial no processo criativo, já que definem os limites do que é possível fazer no terreno. A legislação municipal, por exemplo, determina os coeficientes de aproveitamento do terreno, as áreas permeáveis e outros parâmetros que impactam diretamente o tamanho e a disposição da edificação. Além disso, também temos que nos adaptar às legislações condominiais, que muitas vezes são ainda mais restritivas do que as normas da prefeitura, especialmente em condomínios de alto padrão.
Outro aspecto fundamental do processo criativo é o planejamento dos fluxos internos, que definem como as pessoas irão se mover e utilizar os espaços da casa. Esse planejamento busca otimizar a funcionalidade e a comodidade no dia a dia dos moradores. Por exemplo, ao planejar uma casa, podemos pensar que a garagem deve estar próxima da entrada principal, facilitando o acesso à cozinha e à lavanderia. Isso permite que uma pessoa que esteja cozinhando tenha fácil acesso à lavanderia e ao espaço externo para estender roupas, sem precisar dar a volta na casa.
A colaboração com outros profissionais, como engenheiros, designers e artistas, é essencial para o sucesso do projeto. Com os engenheiros, é importante prever como os sistemas estruturais e infraestruturas, como instalações elétricas e hidráulicas, irão se integrar ao design arquitetônico. Já quando trabalhamos com designers ou artistas plásticos, a dinâmica muda para enfatizar a estética e o impacto visual. Por exemplo, se o projeto inclui uma obra de arte importante, o design arquitetônico pode ser ajustado para valorizar essa peça.
A tecnologia tem um papel transformador no processo criativo, facilitando a representação e a apresentação das ideias. Atualmente, utilizamos ferramentas como modelagem 3D e simulações de realidade virtual para que o cliente possa visualizar o projeto de forma realista, permitindo uma experiência imersiva e compreensível desde as fases iniciais. Essas ferramentas não limitam o processo criativo; pelo contrário, elas amplificam nossa capacidade de expressar e comunicar as ideias. Além disso, a inteligência artificial tem se mostrado uma aliada poderosa, ajudando a gerar ideias e explorar possibilidades de design de maneira mais rápida e eficiente. Ela permite explorar variações e alternativas que talvez não fossem consideradas de outra forma, enriquecendo o processo criativo e proporcionando soluções inovadoras.