Você sabia que acompanhar e gerenciar uma obra são coisas diferentes? 

Nenhuma obra ou reforma é uma tarefa fácil e muito menos prazerosa para quem não tem conhecimento sobre o assunto. É comum encontrar residências ou até estabelecimentos comerciais finalizados de forma precária ou errônea pois o serviço não teve o acompanhamento e nem o gerenciamento de um profissional, seja ele arquiteto ou engenheiro.

Ao decidir fazer qualquer obra ou reforma, o ideal é contar com um apoio especializado, mas ainda assim na hora de contratar surge a dúvida: acompanhamento ou gerenciamento? São a mesma coisa? Qual escolher?

Neste post te explicamos a diferença entre as duas modalidades de condução de obras e também as dúvidas mais frequentes que surgem no processo.

O que é gerenciamento de obras?

Gerenciamento de obras é administrar a obra em si, ou seja, desde a concepção do projeto já ter em mente que num futuro próximo, na hora da obra, o profissional deverá lidar com toda a orçamentação a partir dos projetos arquitetônicos e complementares de engenharia, bem como a contratação de fornecedores e mão de obra.

O que é acompanhamento de obras?

O acompanhamento de obras é bastante diferente do gerenciamento. Se trata basicamente de visitas esporádicas à obra ou reforma com o intuito de verificar se ela está andando conforme o projeto, se os acabamentos estão sendo feitos conforme especificado e também serve para orientar os profissionais sobre alguns detalhes e ainda tirar possíveis dúvidas do profissional e do cliente. No geral é um trabalho muito mais sucinto e direto do que o gerenciamento, porém é o tópico que gera mais dúvidas e falhas de comunicação já que a maioria dos escritórios de arquitetura vende o acompanhamento ao invés de gerenciamento.

Diferente do gerenciamento de obras, o acompanhamento exige que toda a orçamentação, contratação de fornecedores e profissionais e até a orientação inicial da obra fique a cargo do cliente. Então se você já tem experiência com gerenciamento de obras, essa pode ser uma boa opção para economizar no valor final do projeto. Caso contrário, a melhor decisão será deixar esse trabalho a cargo de um profissional.

Como nós organizamos o gerenciamento de obras?

Para organizar uma obra ou reforma existe um passo a passo pré definido por cada profissional ou escritório. Aqui na Arthur Calliari Arquitetos, por exemplo, nós fazemos todos os cálculos de quantidade de materiais como ferro, areia, tijolos, tinta, rodapé, entre outros. 

A partir dessa contagem enviamos aos nossos fornecedores de confiança, calculamos qual será o nosso custo e também conseguimos fazer um comparativo com a tabela do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) para saber se estamos dentro do valor médio cobrado no mercado.

Geralmente vendemos o projeto de ponta a ponta, ou seja, desde a concepção do projeto até a entrega das chaves na mão. Retiramos o projeto já aprovado pela prefeitura ou pelo condomínio, dependendo do caso (entenda a diferença nesse post aqui), esmiuçamos o projeto e definimos alguns ítens, como por exemplo:

Quais são todas as tarefas que devemos realizar;

Quais são todos os materiais que devem ser comprados;

Quais são todos os fornecedores e mão de obra que precisamos contratar.

Contratações e pagamentos de fornecedores

Depois de estipular custos e realizar o comparativo com a tabela do SINAPI, partimos para as contratações. Com base em no mínimo 3 orçamentos de cada profissional ou fornecedor de materiais avaliamos preço x qualidade, comparamos e negociamos os valores, apresentamos a tabela final para o cliente e ele escolhe qual será o profissional e fornecedores que deseja contratar, bem como a forma de pagamento. Isso feito, nós realizamos a compra/contratação.

Na maioria dos casos nós já temos apresentado um orçamento inicial de obras para o cliente e, por isso, já existe um fundo de obras pré estabelecido, onde o cliente deposita mensalmente o valor combinado. Nesses casos fazemos o mesmo processo de comparação de valores, confirmamos todos esses pontos com o cliente e seguimos com as contratações.

Para isso, montamos uma tabela orçamentária, na qual já inserimos os primeiros comparativos, fazemos uma prévia e junto com ele montamos o cronograma de obra.

Acompanhamento x Gerenciamento

Os clientes, na maior parte das vezes confundem os dois métodos. A tendência é achar que o acompanhamento e o gerenciamento são a mesma coisa e por isso acreditam que temos a responsabilidade total sobre a execução da obra, mesmo tendo contratado apenas o projeto. Porém, pelo contrário, no caso do acompanhamento nós temos responsabilidade apenas sobre garantir que o projeto está sendo executado de acordo com o que foi planejado junto ao cliente.

É comum também que, quando contratado apenas o projeto, o cliente acabe mudando de ideia sobre alguns fatores e comece a alterar o projeto durante a obra por conta própria. Mas isso não é indicado, pois assim não conseguimos assegurar que o resultado final seja 100% satisfatório, já que o arquiteto pensou em todas as variáveis durante o projeto.

Acompanhamento é mais barato que gerenciamento?

No fim das contas, o acompanhamento sai mais barato que o gerenciamento, porém, nesse caso, nós arquitetos não temos o controle sobre a obra e nem sobre a mão de obra. Ao contratar esse método, o cliente assume todos os riscos, caso por exemplo, decida desviar um pouco do projeto, pois essa decisão acarretará em consequências que possivelmente não imaginava, mas que já eram previstas pelo profissional arquiteto.

Qual a comissão do arquiteto?

Outra dúvida frequente sobre o tema é quanto nós recebemos pelo gerenciamento de obras e reformas. Essa resposta varia bastante. Tudo depende do período em que podemos executar a obra, pois em alguns estabelecimentos como shoppings ou salas comerciais, por exemplo, as obras são obrigatoriamente noturnas. Então a mão de obra fica mais cara e por consequência o gerenciamento também encarece.

Agora que você já sabe tudo (ou quase tudo) sobre a diferença entre acompanhamento e gerenciamento de obras, que tal compartilhar esse post com alguém que também se interessa pelo assunto? Não esqueça de nos seguir também no Instagram, @arthurcalliari.arquitetos.